SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 21 - A MESQUINHEZ
Quando o malogro é explicado pelo apreço ao insignificante;
E o olhar já congelado nada vê adiante, porque se agarra à miragem do dia;
Um mundo parco de euforia confunde a verdadeira essência do instante;
E um desditoso horizonte delirante afoga seu refém na vil mesquinharia!
Por vezes é gritante avareza, mas sempre é clausura material;
Desprezo espiritual que se oriunda de uma ação mental tristemente inferior;
Que vê códigos de barra até no amor, que comercializa inclusive o mal;
Sordidez descomunal, lucro irreal que há de desaguar no dissabor!
A solidão possui mui grande afeição pelo destino do mesquinho;
Que quer estar sozinho devido à sua crise de confiabilidade;
Mergulho cego e surdo na infelicidade, ave com asas, mas sem ninho;
Recheio tacanho vazio de carinho, soberba obscuridade!
Indubitavelmente a ilusão mesquinha gera mais perdas do que ganhos;
Os frutos da existência são tamanhos, porém lhes são despercebidos;
Prisioneiros de vislumbres falidos, ao mundo da alegria são estranhos;
Por conta de seus fúteis apegos tamanhos, até a paz lhes torna preteridos!
“No triste lar da mesquinhez a vida é cena desprezada e que paseia no outro lado da janela” (Reinaldo Ribeiro)