SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 21 - A MESQUINHEZ

Quando o malogro é explicado pelo apreço ao insignificante;

E o olhar já congelado nada vê adiante, porque se agarra à miragem do dia;

Um mundo parco de euforia confunde a verdadeira essência do instante;

E um desditoso horizonte delirante afoga seu refém na vil mesquinharia!

Por vezes é gritante avareza, mas sempre é clausura material;

Desprezo espiritual que se oriunda de uma ação mental tristemente inferior;

Que vê códigos de barra até no amor, que comercializa inclusive o mal;

Sordidez descomunal, lucro irreal que há de desaguar no dissabor!

A solidão possui mui grande afeição pelo destino do mesquinho;

Que quer estar sozinho devido à sua crise de confiabilidade;

Mergulho cego e surdo na infelicidade, ave com asas, mas sem ninho;

Recheio tacanho vazio de carinho, soberba obscuridade!

Indubitavelmente a ilusão mesquinha gera mais perdas do que ganhos;

Os frutos da existência são tamanhos, porém lhes são despercebidos;

Prisioneiros de vislumbres falidos, ao mundo da alegria são estranhos;

Por conta de seus fúteis apegos tamanhos, até a paz lhes torna preteridos!

“No triste lar da mesquinhez a vida é cena desprezada e que paseia no outro lado da janela” (Reinaldo Ribeiro)

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 02/11/2009
Código do texto: T1900740
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