Porque amo?
Porque amo sempre?
Porque insisto no amor?
Me pergunto isso sem saber
Sem pressupor
Que o amor ele nasce
mesmo em momento de torpor
Não se planeja,
Não se premedita
Ele simplesmente chega e fica
Ou se esvai sem chegar,
Mas no final das contas
O amor é vital
Nos conduz,
Nos anima
e nos fortalece
Diante de tantas tristezas
O amor enobrece,
nos torna capazes,
sentimos possuir vida,
valor,
calor
e o amor?
Ah esse amor
Em movimento ou talhado
Mudo ou ousado
Querido ou desviado
Vivo ou estagnado
Contradições de querer
Eu só sei que quero,
ah como quero,
sentir o que tiver que sentir,
doar até doer
receber até encher
Viver até morrer.
Quero vivê-lo na melhor das concordâncias
No infinito das regências
No calor dos adjetivos
No pulsar dos advérbios
No frear dos substantivos
Só me importa sentir
No sentido de um provérbio
Que para tudo tem uma explicação.