Um livro que não sabia do assunto

Eram os reis daquele lugar

Tinham dinheiro, controle,

Tão vastas suas terras

Que os olhos não enxergavam

A cerca do lugar.

Era de se perder de vista

Era de esquecer a vida,

Dos outros, da massa.

E era a lei que diziam

Seguir.

Se fosse contrária

Seria prisão.

E se acontece

De um rico errar,

Clemência, influência

Ele não iria pagar.

Era um pedaço

De concentração.

Dos sonhos que eram

Somente de quem

Era dono da terra,

Dono dos outros.

Dias que eram forjados

Para esquecer

De querer.

Para esquecer

De tentar.

Que se o coração

Batesse e não aceitasse.

Era culpa,

Não tinha desculpa,

Seria execução.

Então, os olhos

Que antes queriam luz.

Agora, pela forja escura

Seriam fictícios

Diante da cortina

Que fechou

O pensamento.

Que deixou

Que o firmamento

Da riqueza

Fosse à natureza

Do controle serviçal.

Eu era escolha

Passei a controle

Morri como culpa

Seria desculpa

Se fosse real.

Seria verdade

Se existisse um final.

Seria coragem

Se a alma fugisse

E o corpo

Seguisse.

Era o homem

E seus medos.

Era a vida

E seus contornos.

Risquei um livro

Que não sabia do assunto.