PENSAMENTOS DE PAZ.

Houve dias, em minha vida, em que me

senti exatamente assim:

Uma mulher aprisionada, tolhida pelo

destino, amordaçada pelos silêncios

da minha alma, impotente diante das

circunstâncias e da minha fraqueza;

sentía - me incapacitada para lutar,

para fazer brilhar o diamante da

felicidade que, dentro de mim,

parecia opaco, pelas lágrimas que

eu derramava, pelas noites e dias em

que meu espírito e meu corpo não

encontravam Paz no benefício

abençoado, do sono, e minha mente,

meus pensamentos, eram um caos

feito de amarguras.

Meu lado guerreiro começou a se rebelar,

a se manifestar, a me cobrar atitudes

para me libertar, e eu, ainda me sentindo

frágil, para lutar sozinha, ergui os olhos

para o céu, supliquei a Deus que me desse

forças, que não permitisse que eu caísse

ainda mais, que soçobrasse como um barquinho

de papel, na enxurrada em que me encontrava.

Muito tempo se passou, mas meus olhos e

meu coração permaneceram fielmente

voltados para o céu, repletos de fé e de

esperança, de confiança de que tudo seria

apenas uma questão de tempo, para que o

Poder Absoluto me libertasse daquela

escravidão emocional e física, me restituísse

a confiança no ser humano e, principalmente,

em mim, mesma, resgatando minha auto estima,

meu amor próprio, meu orgulho, por tanto

tempo tripudiados, estraçalhados...

Hoje, alcançada a graça da libertação interior,

nada em mim lembra a mulher que um dia

despertou uma humilhante piedade, por parte

de muitas pessoas, porque graças a Deus,

aprendi, com a dor, a ser mais tolerante comigo,

mesma, a aceitar meus limites e, ainda mais

do que sempre, com meus semelhantes, a

quem jamais me dei o direito de julgar.

Mais do que jamais, meus olhos, meu coração

e meu espírito, são voltados para Deus, pois

foi graças ao Seu amor e Seu poder, que me

sinto assim, como um pássaro flutuando em nuvens

macias de pura Paz interior, onde nada no

mundo consegue me abalar, me tirar do "centro"

senão por algum tempo, sendo porém, apenas

e tão somente, com um sentimento de tristeza

passageira, que não alimento nenhuma emoção

negativa, não dou guarida aos sentimentos

negativos que tão somente envenenam a vida

da gente, conspurcam a alva placidez em que todo

ser humano deveria viver, não dando maior

importância, às coisas, mais do que elas, na realidade, têm.

Ninguém, no mundo, me pode dar Paz ou me

fazer feliz, como não pode me fazer sofrer

ou infeliz, porque depende apenas de mim,

mesma, aceitar o que me é inerente, ter plena

consciência de que isso é parte, de mim, não

se coloca nem tira, como quem troca de roupa.

Bom que não se confunda a Paz, com a eventual

mudança de humor, tão natural no ser humano.