Madrugada,temporária lucidez (in)sensata
ata, desata
crua solidão...
Dou-me asas
e o preto lápis
borra o papel branco...
Aline Romariz (Livro Nua,inverno 2008)
Metáforas
As cenas repetem-se em telas que já vi...
E a vida passa em ridículas películas de mim
Eu escritora do nada
inventando razões de viver feliz
Agonizando o provável caos
mentiras concedidas
realidades ácidas
sonhos inconcebíveis...
Cômica tragédia romantica
Rifando os amores que passam
em cartelas de quereres vis
em noites que improvisam prazeres passageiros
ligeira parte que desintegra
feito bomba dos terrores meus
em bondes que matam sonhos... ESPERANÇAS...
Em torres que desintegram frágeis
em versos de rimas fáceis
métrica parte que não concebi
Tantas metáforas...
E a certeza de que nada vai ser entendido
talvez por que o que tem de ser explicado
nunca foi lido (ou dito)...
Em palavras que se repentem, aos montes,
feito mercadoria em liquidação...Sentimentos vãos !
Serei eu, um plágio de mim ?
Vítima dos erros que cometi...Tantos ! Tantos !TANTOS !NÃOS !
Talvez por não saber dizer EU TE AMO
nos versos da poesia que nunca escrevi.
Aline Romariz
www.alineromariz.com