Renascido
Vago como o vento,
Lento, distante,
Impacientemente varro minhas dores,
Por entre tantas estações,
Por entre tantos corpos,
Deito-me na relva,
Quase sempre morta.
Aprendi a chorar,
No momento em que sorrindo lhe perdi,
No momento em que acreditei,
Em contos, imortais talvez,
Pela beleza de sua poesia,
Que de nada se extrai,
Por ser mera ilusão
Vago sem destino,
Refazendo trilhas já esquecidas,
Cobertas, apagadas,
Sem sentido,
Sem expressão,
Curso o ritmo de minha nau.
Entre tempestades,
Naufrago nesse abismo infinito,
Onde o desejo e a razão
Travam batalhas surreais,
Para obtê-la tive de morrer,
Morto renasci para um novo amor.