Renascido

Vago como o vento,

Lento, distante,

Impacientemente varro minhas dores,

Por entre tantas estações,

Por entre tantos corpos,

Deito-me na relva,

Quase sempre morta.

Aprendi a chorar,

No momento em que sorrindo lhe perdi,

No momento em que acreditei,

Em contos, imortais talvez,

Pela beleza de sua poesia,

Que de nada se extrai,

Por ser mera ilusão

Vago sem destino,

Refazendo trilhas já esquecidas,

Cobertas, apagadas,

Sem sentido,

Sem expressão,

Curso o ritmo de minha nau.

Entre tempestades,

Naufrago nesse abismo infinito,

Onde o desejo e a razão

Travam batalhas surreais,

Para obtê-la tive de morrer,

Morto renasci para um novo amor.

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 26/10/2009
Reeditado em 23/11/2009
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