TREM DO AMOR
Chegou à estação: que trem tomar?
Mirou os vagões a examinar;
Difícil decisão prá qualquer sujeito...
São tantas as máquinas e tão diferentes,
Umas, mais belas; outras, mais potentes.
Impossível encontrar o trem perfeito.
Muitos fazem a escolha definitiva:
“Vou no mesmo trem enquanto viva”
E embarcam assim por intuição.
A felicidade encontra à primeira vista
Quem por sorte descobre o maquinista
Que conhece os trilhos do seu coração.
Mas se a escolha foi equivocada,
Se queria mesmo tomar outra estrada,
Na próxima estação, corrija seu caminho.
A parada pode trazer algum estorvo,
Mas não se perde ao começar de novo
Se o serviço de bordo tem mais carinho.
Infeliz daquele que, por desatino,
Embarca num bólido sem destino
Mas sonha com o trem que vai à margem.
E vive uma vida pelo meio,
Sempre almejando o que é alheio;
Fere a si e ao parceiro de viagem.
Que inveja de quem sabe que pegou o certo,
De quem conhece seu trem de longe ou de perto
E alegremente se apega somente a um.
Que esse conselho sirva para alguém:
Aquele que leva a vida a mudar de trem
Jamais chegará a lugar nenhum.
14.Fev.02