Eu não quero pensar no tempo, ele inventa coisas, cria muitas imagens e acaba me confundindo. O tempo é camaleão, se disfarça de lento, coloca carapaça e anda bem devagarzinho, mas como no conto, o tempo sempre chega primeiro, e quando a gente vai ver, lá está ele, bem na frente carregando uma multidão de novas coisas, muitas surpresas, um novo amor, uma nova paixão, uma nova dor, muita desilusão. O tempo cria apelidos para nos informar que o horizonte existe e logo, nele chegaremos, mas esse horizonte não permite transposição, nele se chega, nele se para. Entre eu e o horizonte existem vontades, surpresas e muita, muita dificuldade. Como chegar ao horizonte? Ultrapassando estas dificuldades ou encarando as emoções como verdades a serem descobertas ou simplesmente lamentando as dores que o caminho me trás? Isso não é um conto de fadas onde o bem sempre vence o mal e o mocinho acaba vivendo feliz para sempre (?) com a bela protagonista da história, mas esse final também não é impossível, porque mesmo não acontecendo de forma literal, acontece nas mentes dos homens, que como meninos, deixam a imaginação romper com o medo e transformam em solução os problemas que a razão teima em nos criar.

Por muito tempo me imaginei dono da minha poesia, mas  o próprio tempo me mostrou que mesmo meu sonho não me pertence, mas a ele que me permite ou não sonhá-la, no tempo, que ele desejar..., é assim mesmo, tão confuso quanto amar um fatasma, tão difícil quanto versar um dilema, tão triste quanto acreditar numa  mentira.


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