Fase de lua... (fazer poético)
“Sempre chega a hora da solidão
Sempre chega a hora de arrumar o armário
Sempre chega a hora do poeta pedir
Sempre chega a hora em que o camelo tem sede
(...)
Na pressa a gente não nota que a lua muda de formato
E o velho vai ficando fraco e esvaziando os frascos
Tudo passa e eu ainda ando pensando em você
Como um navio que vai ao longe e já não se lembra do cais
A idade aponta na falha dos cabelos
O tempo faz tudo valer a pena
Nada tem fim..."
(Trecho da música “O avesso dos ponteiros”, interpretada pela cantora Ana Carolina).
Interessante... na hora da solidão...
O poeta pede carona à inssssspiração
E vai... navegandooo... navegandooooo... ssssssssss-em rumo... ssssssssss-em prumo...
Em direção ao infinito...
Na hora de arrumar o armário, vasculha como um louco até encontrar peças-dejetos da vida, re-aproveitáveis, restauráveis, recicláveis, remendáveis, guardados em um fundo-de-baú marrom...
Hora da onça beber água, ou melhor, do camelo sedento ir à forra e se lançar de vez cisterna à dentro... nem percebendo que à sua volta o mundo giraaaaa e giramundooooo...
O tempo passou para o poeta velho, mas não para o velho poeta... o poetar constante num ímpeto alucinante balançou o seu cantar... estremeceu a sua mão... porém, não o seu falar versejado entoado vivaz...
A memória falha é normal... nos cabelos o grisalho é real e a vida (carnal)... ahh, essa é letal!
Depois de ter vivenciado tudo, afinal, e ter valido a pena o passado, bem passado... o presente, como dádiva... e o futuro... que seja eterno enquanto dure o tempo do fazer poético...
(Profa. Ms. Maricília Lopes da Silva colaboradora do site Letras Unifran)