Fase de lua... (fazer poético)

“Sempre chega a hora da solidão

Sempre chega a hora de arrumar o armário

Sempre chega a hora do poeta pedir

Sempre chega a hora em que o camelo tem sede

(...)

Na pressa a gente não nota que a lua muda de formato

E o velho vai ficando fraco e esvaziando os frascos

Tudo passa e eu ainda ando pensando em você

Como um navio que vai ao longe e já não se lembra do cais

A idade aponta na falha dos cabelos

O tempo faz tudo valer a pena

Nada tem fim..."

(Trecho da música “O avesso dos ponteiros”, interpretada pela cantora Ana Carolina).

Interessante... na hora da solidão...

O poeta pede carona à inssssspiração

E vai... navegandooo... navegandooooo... ssssssssss-em rumo... ssssssssss-em prumo...

Em direção ao infinito...

Na hora de arrumar o armário, vasculha como um louco até encontrar peças-dejetos da vida, re-aproveitáveis, restauráveis, recicláveis, remendáveis, guardados em um fundo-de-baú marrom...

Hora da onça beber água, ou melhor, do camelo sedento ir à forra e se lançar de vez cisterna à dentro... nem percebendo que à sua volta o mundo giraaaaa e giramundooooo...

O tempo passou para o poeta velho, mas não para o velho poeta... o poetar constante num ímpeto alucinante balançou o seu cantar... estremeceu a sua mão... porém, não o seu falar versejado entoado vivaz...

A memória falha é normal... nos cabelos o grisalho é real e a vida (carnal)... ahh, essa é letal!

Depois de ter vivenciado tudo, afinal, e ter valido a pena o passado, bem passado... o presente, como dádiva... e o futuro... que seja eterno enquanto dure o tempo do fazer poético...

(Profa. Ms. Maricília Lopes da Silva colaboradora do site Letras Unifran)

Maricília Lopes Silva
Enviado por Maricília Lopes Silva em 20/10/2009
Reeditado em 14/03/2012
Código do texto: T1878051
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.