DIAS

Que pensamento que vaga no lento olhar

Daquele que chama por um abismo

E clama pela morte instantânea

Desta coletânea dos seus sentidos

Como uma nebulosa

Que se estende no deserto

Querendo vencer presunçosa

A dor do peito aberto

Ao vento que bate fraco

Triste o infarto

De um sonho que morre todos os dias

E que dias malditos

Que dei pra mal dizer as urgias

Já que velo por mim

No relento inerte do pensamento

Que vem diminuir-me a alma

Já cansada dos dias insanos

Como a maré calma

Depois das fúrias dos oceanos

Há uma metamorfose dentro de mim

É sempre algo que me acompanha

E como aceitar o fim

De algo que se assanha na memória

Se já vai passando de ilusão

Pra melancolia da história

De um coração

Que só sobrevive a esses dias

Por causa de uma paixão.

Carla Veloso
Enviado por Carla Veloso em 19/10/2009
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