Entre o amor e a razão
Começo meu texto explicitando que meu coração briga com minha mente. Minha mente diz: Sai. Desista. Meu coração reclama: Você ama o que faz e não viveria sem seus alunos.
Meu Deus!! O que fazer quando se ama, mas não consegue sobreviver mais do que se ama?
Eu sei, que ora meus pensamentos entram em choque e meu coração grita que ainda bate e muito mais forte que antes. Meus olhos influenciam meu coração e correm pelas minhas veias um sangue quente, ardido e rápido quando vejo aqueles seres tão sedentos a aprender.
Mas, minha mente não me dá sossego e sopra a a cada minuto que não vale à pena tanta dedicação para alguém que depois nem lembrará de você.
Ai, que coração! Olho àquela escola tão amada, os meus alunos tão carentes e a minha ânsia de não apenas passar informação, mas partilhar conhecimento. Falo que não sou mãe, nem psicóloga, nem assistente social e depois me convenço que sou. É cômico, mas é real.
Conheço cada um pelo olhar, sei quando estão bem ou com problema. Ouço seus problemas, aconselho e até choro com eles. Sorrio muito e vibro quando alcançam seus objetivos. Não dá para fazer outra coisa, eu até faria, mas estaria condenada a infelicidade eterna.
Estar onde amo é como estar no seio da minha família, porque quem faz a escola somos nós e eu faço a minha. Todos os dias construo laços de amizade com meus alunos-filhos e me ergo à fim de convencer a minha mente que nasci para ser o que sou hoje e não posso mudar mais. Sabe por quê? Porque eu amo lecionar e amor a gente não compra, sente.