Dia cinzento
Acordo achando que o dia cinzento copia meu espírito desanimado desta manhã.
Que ele veio como um alerta ao descuido que hoje define meu olhar.
Quase ouço sua voz: "Olhe bem pra mim. Eu simplesmente reflito sua luz, se lhe pareço apagado, é porque não encontrei a claridade e a energia a refletir. Vê vida em mim e em meus detalhes? Não? Eu também não."
Pensando nisso, a consciência da responsabilidade por minha vida se renova, entendendo que se eu mantiver minha luz, verei clarões maiores do que penso sou capaz de emitir.
E assim, mergulho em vestes de trabalho e coragem e crio a primeira luz do dia, ainda que através do brilho artificial dos meus lábios.
Já o considero um novo começo e considerando-o, minhas luzes começam a encontrar nova sintonia e, aos poucos ou não, voltam a dar sinais de sua existência.
Concluo que não importa onde, mas que preciso sempre depositar meu ponto de luz em alguma fonte, pois ela só precisa de uma desculpa para ressurgir e estar sempre presente.