Rindo de quê?
Há tempos, a vida não reserva nada de novo; nada de bom, é claro, porque as agruras, essas me chovem de tempos em tempos. Não que se diga uma vida desgraçada, mas é tudo um protocolo. A vida tem sido uma repartição pública, à moda antiga... paredes cinza até os olhos, Ventisilva girando à brasileira, funcionárias corocas fumando e lixando as unhas, lixando-se pra fila. Máquinas de escrever taquetaqueando, paletós pendurados, guichês amontoados de pobres desgraçados, por serem pobres e, sendo pobres, dependentes das repartições públicas.
Assim se dão os dias. Acorda-se. Dorme-se. Acorda-se. Dorme-se. Sexta. Oba. Fim de semana. Dorme-se. Xinga-se. Segunda. Acorda-se. Dorme-se. Sexta. Oba... Oba o caralho!!!
Pior que isso, o otimismo estampado em quem está tão fudido quanto, ou pior, o que me mostra um fraco ou ranzinza, ou serão idiotas então aqueles, que se riem de nada, e se alegram de tudo.
Tragam-me um ENO!