Aquela Treva Fria
Sonho morto.
Eu desenho um desejo enterrado nos escombros de minha mocidade...
A sensação que tenho é o meu passado e seus sonhos desmanchando... Escorrendo por entre meus dedos.
Como se tudo o que vivi e o que esperava fossem apenas frutos da minha imaginação solipsista.
E se fora num relâmpago, levando meus sonhos e aspirações...
Só me resta um vestígio. As trilhas de uma fé do que desejei ser...
Uma estranha lembrança me invade a mente: “qual é?”
Lembro-me... Torna-se viva... Tomando mais e mais parte de mim.
E morro um pouco mais, minhas memórias passam rápidas... flashes.... e morro um pouco mais...
Um ódio torpe invade minhas narinas (ou será o cheiro ocre de minhas fezes?)...
O desconforto confunde meu senso: (será mental ou terreno?)
Digo-me mais uma vez, porque estou aqui... se tive o poder de criar... Porque seria tarde demais para prosseguir?
Antigo, desatado, estranho. Eu reconheço os laços me conduzindo... eu desejei.. mas não mais...