Dores Coletivas
Nos valemos das oportunidades,
Mas não medimos os nossos esforços...
Sobrevoamos os mundos alheios,
Mas não pousamos em nossos meios...
Somos cofres invioláveis para os nossos defeitos,
Mas auto-falantes severos para com os erros do próximo...
Almejamos recompensas ilusoriamente merecidas,
Mas nos fechamos para a doação realmente necessária...
Preferimos individualmente nos determos às lágrimas infiéis,
Do que compartilharmos as dores coletivas...
Vemos razão somente no que admitimos,
Desejamos sem se quer avaliarmos, o que nos é permitido...
Nos idolatramos em nossas esculturas fisionômicas, em nossas contas bancárias,
Mas nem se quer percebemos, a sujeira encrostada em nossas sandálias...
Nos alimentamos puramente do que vem da terra,
Contudo, retardamos a absorção do pólen,
Disperso na infinidade das estrelas...