Não deixa de lado seu lado
Não adianta tentar convencer
Quem gosta de queimar com fogo.
Não apago minhas linhas pra esquecer
Como fosse a omissão, obrigação.
Quer a cegueira como argumento
Pois enxergo, e vou falar
Eu vou gritar,
Atirar! Projetar!
Ideias nas mentes
Tinta para apagar o branco,
Das paredes.
Da cultura.
Acho uma pouca produtividade
Contentar-se a partir dos outros.
Afirmar-se pela ignorância.
Partindo da questão
Que é o tal do cidadão
Que não mexe em fogo, não.
Só no fogão, na pia.
Na televisão.
Não adianta sair da caverna
É preciso que a caverna
Não esteja em você.
Mesmo que os olhos ofusquem
Que as ideias pareçam embaralhar.
Mesmo que as mãos tremam de medo
Que os pés queiram fugir.
Não há coragem
Se não há razão
Para se lutar.