Chega frio nas Campinas
  outro outubro...
    Ipês feito tapetes coloridos
 em ruas de esperança 
recebem o andarilho trabalhador
  A moça na esquina ainda dança
 a dança da noite que passou...
 O sol anuncia tímidos raios
 e os jequitibás florescem altivos
  na floresta de cimento 
 que o homem desenhou...
  E duendes, seres tão vivos,
  passeiam nos sonhos
 do menino que  faz silencioso
            malabarismo 
 e cheira a cola pra espantar a dor...
 Chega nas Campinas
outro outubro... Frio..
E sem esperanças
perco-me em lembranças
da noite que em mim não passou...


 
 Aline Romariz

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