Menino de rua
Menino vadio, que corre de pé no chão;
Com pensamento vazio e mágoas no coração.
Para onde vais, tu não sabes.
De onde vens; tentas esquecer.
És mais uma criança na rua,
Com futuro tão incerto,
Como o pão que hoje irás comer.
Teu pai, homem irresponsável, que te fez pelo prazer.
Tua mãe, pobre menina, não soube o que fazer.
Pequeno anjo delinquente,
Marginal da lei, mas tão inocente;
Que furta frutas para te alimentar
E foges todo contente,
Com as migalhas, que te coube apanhar.
Essa tua vida tão sofrida;
É fruto da sociedade de desiguais,
Que tem sua riqueza mal dividida
E pôe no poder políticos venais.