MODELANDO A ILUSÃO
JoaKim Santos
Aos poucos com a caneta em riste
Vou modelando a ilusão
Dando alma á palavra triste
Saída da minha trémula mão
Do meu peito sai a agonia
Da vontade que eu escondia
Tudo e nada, homem ou mulher
Crença ou teimosia no querer
Porque não pode ser como a gente quer
Apenas a cobardia de não tentar fazer
Sai o resultado que apenas é final
Numa perda ou conquista que sai mal
Sou carrasco, sou poeta
Sou juiz sem sentença
Ás vezes também profeta
Pois acredito na minha crença
Parada no caminho da hesitação
Vale um gesto, uma mão
Pois sou louco
Por querer algo diferente
O que quero não é pouco
Aquilo que quer toda a gente
Nosso doce sabor
Uma caixa de surpresas
Guardar tudo com furor
Recordar o que se viu
Não perder as certezas
Na queda de quem caiu
Portugal / Loures
16Jun 2007