Será que ele evolui?
Todo mundo tem classe -- classe A, B, C, o abecedário inteiro -- e não me refiro a classificação sócio-econômico-cultural ou o que for, mas a de espírito.
É bem verdade que nenhuma classificação neste gênero é estanque. No entanto, alguns espíritos estão mais pra A do que pra Z. E vice-versa. E põe vice-versa nisso!
Enquanto os espíritos não buscarem o crescimento, enquanto continuem pensando que estão aqui a passeio, sem responsabilidade alguma, nosso maltratado planeta continuará correndo sérios riscos. Risco de quê? De ficar igualzinho a Vênus ou Mercúrio ou Marte -- árido e sem atmosfera. E, finalmente, sem espírito algum.
A verdadeira revolução -- a evolução que não termina e retorna -- não é feita com armas, nem com guerras, mas com crescimento.
E o crescimento se dá com o conhecimento.
E o conhecimento se dá com a análise.
E a análise se dá quando se pensa com a própria cabeça. Errando e acertando, tropeçando e levantando, criando e trocando idéias, mas sem estacionar.
Até porque a cabeça, apesar do aparente tamanho pequeno e limitado, é um recipiente que jamais fica inteiramente preenchido -- sempre cabe mais conteúdo.
E conteúdo é o próprio alimento do espírito. Um alimento que, por sinal, não custa dinheiro, mas que exige trabalho.
Ainda bem que não inventaram nenhuma barganha ou trapaça ou esmola neste campo -- ou se trabalha e cresce, ou se fica na indigência fruto da indolência.
E, cá pra nós, o patrimônio espiritual é o que conta. O resto, ao pó retornará.
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O título do texto é uma referência à canção do Caetano Velloso, "Será que ela evolui?".