Firmamento Discreto
Como render-me em face da beleza da lua?
Fosco,
Instigante,
Caloroso,
Borbulhante em sua suavidade...
Holofote alaranjado, cadê a outra metade de tua laranja?
Brilha em seu negro salpicando diamantes aqui e acolá...
Pausa não sentida,
Somente percebida por poucos.
Brilha para os retos,
Para os ladrões,
Às virgens desnudas,
Ao mesmo tempo que às prostitutas...
Oferece a tua beleza natural,
Para que nos espelhos apareça uma fagulha do teu ser...
Fortalecendo as mentes e os corpos,
Rasgando a larga escuridão
Costurada com agulhas mestras
Para segurar a vida repleta...
Como render-me...
Ante a luz suspensa
Protegida por seu próprio brilho,
Que numa rápida troca de sensibilidade
Prende-nos momentaneamente
Ao seu encanto perpétuo
No firmamento discreto?