Ideias desordenadas e inexpressivas

Hoje pensei simplesmente no tempo. O tempo que passa pelas nossas mãos, o tempo que marca a nossa aparência e que nos faz diferentes a cada dia que passa. Devo confessar que sinto medo de crescer e de tornar-me madura, não tenho vontade de pensar que daqui a algum tempo vou ser divergente daquilo que sou neste preciso momento, o momento em que permaneço a disparar as minhas ideias intensas do dia.

Quantas horas da nossa existência perdemos a pensar no passado, nem que seja apenas nos segundos que vieram antes?

Tenho medo de pensar que daqui pra frente vou amadurecer a amontoar mais experiências de vida que vou recordar, experiências que vou lembrar-me e derramar lágrimas ao olhar para fotos. Ao olhar para as nossas faces reprimidas nas fotografias relembro aquelas palavras que marcaram, lembro-me de novo dos sorrisos que foram pintados com propósito para aquela câmera fotográfica e, sobretudo, recordo o lugar e o meu estado de espírito que abrangeu aquela experiência. O meu sentido de pavor é no fato de me abarcar cada vez mais com o ontem enquanto o tempo passa por mim, compreendes?

Hoje passei os olhos pela minha infância e pela minha juventude. Creio que se qualquer pormenor destes anos tivesse sido transformado, se qualquer fato tivesse sido alterado ou emendado eu não seria o que sou hoje, nem por vestígios. Se cada lágrima não fosse vertida naquele instante, se cada gargalhada não fosse dada naquele minuto ou até mesmo se cada palmada recebida não fosse dada naquele instante, eu seria um outro ser humano, não é?

Vou deixar o tempo fazer os seus resultados, vou permiti-lo tomar conta do meu crescimento e, posteriormente, do meu envelhecer. É o tempo que nos controla e ele passa, já vai muito distante. Veja, o meu amigo tempo está a ir embora, deixou-me algumas marcas na face e eu permaneço a sorrir para ele.

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 15/09/2009
Código do texto: T1811941
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