Apelo

Tenho sufocado meu grito que muito tem se rebelado contra mim,tenho tentado me encontrar, mas me escondo cada vez mais dentro de mim, me sinto um robô com sistema de ultima geração:

pense;

fale;

sorria;

seje gentil;

estude;

trabalhe e volte a durmi.

Procuro uma maneria de nos libertar, mas está tudo tão escuro aqui que não consigo me ver, são almas se queixando da ausência de seus corpos, eu vejo luzes e luzes movendo ao meu redor, mais olha só pra mim não consigo abrir meus olhos, tenho medo do que vi e do que ainda posso ver, então permaneço com eles fechados.Tenho me escondido tanto que sinto que me perdi, perdi o que houve de melhor em mim, esse mundo de ratos e pernilongos, chegou a ser um paraíso, e hoje encontro homens destruindo muros e desmanchando sonhos,e construindo planos pra passar por cima uns dos outros para ganhar dinheiro, estamos nos perdendo uns dos outros e ficando loucos, loucos por tão pouco.

Porque existem as barreiras e as divisões de territórios se somos todos iguais?

Porque as ruas são casas de muitos se conseguimos verbas para construir abrigos para pessoas que se entorpecem?

Porque temos que assistir a essas tais calamidades e porque as provocamos?

O que estamos fazendo de nós?

Estamos nos limitando a felicidade e perdendo a capacidade de amar, enganamos a nós mesmos com mentiras absurdas que nos convêm.Onde vamos chegar?

Eis que chegará um tempo em que não veremos verdade no olhar nem alegria no sorriso, e seremos um nada perdido a tantas mágoas e revoltas, as mesmas resumidas pela ignorância do ser humano por não saber se controlar.

Beatriz Rocha
Enviado por Beatriz Rocha em 09/09/2009
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