Primeiro Tratado Sobre a Poesia
Primeiro Tratado Sobre a Poesia (Setembro de 2009)
Eu prego uma poesia de desconstrução, não da linguagem, ou da forma, mas da maneira de escrever, e talvez mais audaciosamente, da Palavra.
Eu prego o desgregamento dos sentidos.
Muitos citarão Rimbaud que também pregava algo que se não parecido, igual, e eu também não posso negar a influência indireta e direta do mesmo, ainda que recente. As Questões permanecem enquanto Tempo.
Durante um certo período andei pensando sobre a Poesia. Tanto consciente quanto inconscientemente, e pude ver o que realmente achava Próprio quando fiz “A Metafísica do Som” (Agosto de 2009) e descobri que durante muito tempo eu busquei a Arte, a "katarsis"; já falada pelos gregos, que dá à quem lê o "pathos", o Amor, a Paixão como Filosofia, a desconstrução, pois é preciso desconstruir para (re)construir, e é através da experiência de purgar e expurgar enquanto se cria a própria travessia pelo Ser e se descobre Arte e "poiésis".
“Digo que é preciso ser vidente, fazer-se vidente”. Esta afirmação de Arthur Rimbaud, é por mim defendida em todas as maneiras, pois entendo e compreendo, o Poeta como Artista é sensibilidade ao mundo sensível e à existência, surdo à cegueira do mundo, mas não ignorante à tal. Pois exatamente por ver além do óbvio, e pelo que é pregado pelos dias, ele compreende, mas ao invés de se emudecer, ele canta e alta, 'inda que para poucos.
Minha poesia é fogo e desafinação, o sentido próprio da Desconstrução, o ato de purificação enquanto se apodrece, o ato de criação enquanto se cria. Minha poesia é pathética e katártica, se assim aqueles que gostam de definição preferirem, mas acima de tudo é (Des)Construção Poética, desconcerto e devastação. Minha Poesia não é minha, mas sim, Arte.
Primeiro tratado sobre a Poesia; (Duccini, Rafaela)
UFRJ – Setembro de 2009