Obscurecido

Obscureceu minha razão que sem direção buscou em algo, algo que pudesse me consolar.

Foi em vão todos os sonhos, pois no fim do dia ainda ousava deixá-los no fundo da gaveta; eu quis adoçar minha vida com prazeres momentâneos não houve prazer quando vejo que no fim de cada caminho que escolhia havia um poço onde eu deveria depositar minhas lagrimas.

Na literatura busquei conhecimento, coitado de mim não sabia que o sábio morre sem saber ousando ainda sim com a morte aprender.

O poeta anda pelo gramado com audácia compara a formiga com o homem e das arvores tira o fruto de suas metáforas. Dividir ainda e o caminho da soma Deitar e dormir em paz se torna privilégio no mundo dos injustos.

Sinto saudades de várias coisas boas que já fiz, e nestas horas me pergunto o que é saudade?

Sentimento que foge entre os dedos, deixando marcas entre eles, como uma aliança valiosa perdida no tempo.

No acaso, dos casos da vida, correm meus passos com o ritmo marcado cadenciado com as tristezas do passado a insegurança do presente a incerteza do futuro, ainda pinto no meu muro idéias novas que nem sempre são claras devidas aos reboques os chapiscos incompreendido por um mundo capitalistas ser poeta é ser um iludido vivendo entre escombros da realidade, massacrado pela propaganda e pela tecnologia.

Os homens fazem ogivas! Assinam com canetas douradas o comando de chacinas; o que sou?

Sou sonhador, sonho com um hino de um só povo de uma só nação, onde a cor se torna detalhes, devido nossas semelhanças. Onde a força de uma canção não é determinada por copias vendidas, e sim pelos valores das palavras organizadas e sua mensagem passada.

Saudade. Palavra que me leva ao túnel do tempo de tempo em tempo, tentando em vão resgatar o que foi jogado abismo abaixo. Se o dia não tornar a ter vinte e quatro horas o que eu faria com as horas que restam?

Talvez me esconderia num buraco escuro com um caderno de brochura e começasse a pintar desenho de pessoas em formato de palito, colocaria um arvore e um grande sol.

Já percebeu que sempre quando aprendemos a desenhar é esta a premissa das artes, para logo depois desenharmos um carrinho com fumaça, ponte, casas, prédios e uma industria geometricamente torta.

Quando grande o homem já esquece do desenho com arvores, sol, nuvens e pássaros então passa a pintar a degradação do sistema, pois agora ele descobre que asfalto é sinônimo de transito, transito significa comercio e comercio dinheiro.

O que é o dinheiro?

O deus do homem moderno, o senhor do seu prazer, segurança de sua alma;

Nessas horas me pergunto do que vale ter a parte mais luxuosa do cemitério?

Assim obscurece o que chamamos de racionalidade.

guido campos
Enviado por guido campos em 04/09/2009
Código do texto: T1792925
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