Minha obra...
Minha obra...
Meu versejar mistura-se aos meus afetos. São expressões de mim que não se separam.
Nós que não desatam.
As mulheres que sou, somam-se todas em mim, múltiplas, não aceitam divisões. Completam-se, interagem e só por vezes esvaziam-se de mim. Querem respirar.Experimentar a solidão.
Não as amarro ou cerceio. Abrigo-as junto aos sentimentos.
Delas sou confessa, a elas entrego-me em confissão. Com elas dispo-me dos excessos , das exceções...
É um infindo universo. Amplo, descampado, habitat de tantas estranhas e conhecidas. E há tantas mais na porta a bater.
Calma!
Proponho que assentem, há vagas sim, mas requer um não invadir.
Melhor um adentrar lento e compassado.
Quero apreciá-las uma a uma, vivenciar a multiplicidade.
Dar vazão para que todas livres se façam plenas e inteiras.
Componham com graça e leveza essa infinita obra a ser desvendada, desnuda...