Protesto contra a vida!

Vida,

minha folha em branco rascunhada,

sempre escrevo sobre ti

sobre mim, para ti...... para mim.

E você?

Ah, você sempre me deixa como resposta uma interrogação (?)

sem perdão, nem que sim... nem que não

Tira-me o chão e me expõe a uma multidão solitária

de “solidão”, sem caminho... sem rumo errante sigo.

Sabe vida,

até a solidão de verdade segue um caminho próprio de solidão

Ah, mas você não,

você sempre acha de colocar alguém no meio do meu caminhar sozinho

um alguém imaginário, tão seu, tão longe e perto de mim

que me faz tropeçar e cair

sereno por sobre as rosas e espinhos do meu viver.

Por que fazes assim comigo?

Por que não me deixas passar-te a limpo?

Tens medo que eu escreva algo definitivo?

Algo que não possa ser apagado?

Que eu escreva algo que te envergonhe?

De onde tiraste isto?

Isto não seria possível, posto que

estou sempre me renovando e renascendo... a cada dia...

mesmo sozinho me reinvento e,

estou atento a todas as suas artimanhas e manhas, você mesma,

vida cheia de

... “Razão”...

esta qualidade ou defeito que dificulta a compreensão

quando o que realmente fala mais alto dentro de mim é o coração.

Vida, se continuares assim comigo poderei expor os teus ridículos,

os teus falsos pudores; e a agonia do teu viver...... pobre...

infeliz e causador de infelicidade.

Então:

Por maus tratos deixo em ti impresso o meu protesto

pela liberdade

calada, muda...

audível a quem ouve com o coração

em alto e bom tom entendido o oculto

mister para o viver em paz

serei feliz com aquilo que me é necessário

ao bel prazer dos meus sentimentos

e a despeito de ti.