Ser livre, livre mente a escrever
O homem criou-se tão limitado, tão escravo de si,
que ao fugir-se em arte e cultura, prendeu-se em
regras, formatos e estilos, nomeou tipos de letras,
poesias, prosas, contou número de versos e rimas,
estabeleceu o que cabe e o que não cabe,
onde é o ponto, onde é a vírgula, a pausa, a repetição...
Só esqueceu de declarar livre o pensamento,
pois só ele se solta para dar lugar à palavra escrita.
Depois disso, tudo fica detido no papel.
Enquanto isso, as árvores caem, a vida se recicla,
se doa, se habilita... e o vento sopra onde quer,
ninguém o detém.