A Fazenda

Aquela Fazenda linda, bem no alto daquela serra,

o verde belo e exuberante, cultivado na boa terra!

os animais rondavam todos livres soltos e delirantes,

das plantações predominava os cafezais,

a lavagem dos grãos eram num riacho natural ali existente,

as águas límpidas em quantidade desciam intensamente.

Seu Firmino, o fazendeiro, da sua varanda espiava maravilhado

a sua imensidão de terra, por muitos anos que ele cultivava,

rincão passado de gerações a gerações e agora cuidado tão bem,

ampliou aquela bela e grandiosa casa, cercada por matos verdejantes,

modernizou a canalização da água cristalina desde sua nascente,

a vegetação foi ampliada com árvores majestosas e frutíferas,

os cafezais foi uma de suas maiores fontes de rendas,

seu Firmino na contemplação, via sua filhinha de 10 anos

tratando dos animais e ao mesmo tempo cuidando das plantações,

cheio de orgulho comentava com sua esposa Rosa:

--- querida, ela tem o dom pra lidar com os animais e com a terra!

--- sim meu velho, é o maravilhoso dom que você sempre teve!...

Mas logo veio a tristeza, a fazenda estava prestes a ser vendida,

a quantidade de emprego foi mantida por longos anos,

mas muitos colonos insatisfeitos, estavam reclamando seus direitos,

talvez por causa da era moderna, atraindo a tantos deleites,

seu Firmino foi o patrão longamente agradecido no passado,

e agora estes lavradores achavam que ele tinha que ser justiçado...

os encargos da lei inflexíveis pra ele foram inexoráveis,

as dívidas se avolumaram em proporções lastimáveis!

Conclusão a venda da linda e adorada fazenda seria a solução,

A venda já estava sendo programada, a qualquer momento seria concluída,

sr. Firmino já concluía, o dinheiro lhe ajudaria, mas sofria por antemão,

terminar teus tempos vivendo na cidade, viver a ociosidade,

coisa que ele não conseguiria e pior que não estava acostumado não!...

sua filha como sentiria, se quando chegasse na sua mocidade

lembrar-se da infância tão alegre que corria pelos pampas?

--- Só me resta a esperança, de que o futuro dono, não mate a natureza,

esta dádiva dada por Deus, os campos agrestes e floridos,

as nascentes tão limpas e magníficas que jorram sem parar

e também os animais que tanto precisam viver,

seu Firmino fazia suas últimas lamentações quase a chorar!...

(Qualquer semelhança é coincidência, mas apesar da individualidade humana,

as histórias tem semelhanças incríveis!...)