DA FELICIDADE...
Não há um só sujeito que possa bater no peito e dizer: “Eu conheci o máximo de uma experiência de Felicidade”. Tal intensidade foge aos tantos limites com os quais nos batemos. Embora viver, em seu pleno sentido, seja ser Feliz, toda Felicidade, por ser, claro, atitude Política, acontece no âmbito do possível. Que Felicidade ocorre fora de uma construção inteligente diária e, sobretudo, despida de compromissos salutares? Na verdade, o confronto crítico, auto-crítico, o que chamo de dialética do sabor, nos possibilita uma espécie de Administração Libertadora. Nada pior do que sofrimentos fruto de nossa mediocridade diária, aquele tipo de experiência que nos cega e nos perturba a alma, o espírito e o corpo. Aliás, ele é tão extraordinariamente poderoso que pode se encapotar escondendo sua fatuidade, sua eventualidade, sua inconsistência. Surge então o mero divertimento, o bobo alegre, o imbecil saltitante. Em síntese, verdadeira Felicidade é problema substancial da alegria do Ser, daí necessitar de nossa consciência crítica, pois não cai dos céus, precisamos construí-la. Existe, enfim, a qualidade política da Felicidade.