Cem vezes Paranóia

Onde estão os poetas

Os loucos,

Os sábios,

E todos que não querem mais saber.

Que há fome,

E a prole

Só quer saber de enriquecer.

Sou aço

Que fundi,

Que faz

E não deixa

Nada sem suceder.

Que fosse

O além

E entregasse

Meu beijo

Num só galope

Para nunca mais

Deixar você partir.

Que se fosse o fogo

E não existisse salvação

Todos procurariam

Estar perto do mar.

Que se água apagasse

E o fogo não queimasse

Haveria outra saída.

Ainda assim não me escondo

Nos esconderijos fáceis da vida.

Que concentram lucidez

Mas que vivem sob constante

Paranóia.