Homens Cegos
Virtuosidade comparada é paradoxo. Para a pureza não há termo inicial, onde tudo se converge e abstrai por adendos moleculares: incia-se, evolui-se, mistura-se e perde-se no universo das abstrações. Não há pecadores que não sejam puros; nem puritanos que não sejam sujos, e sendo assim, somos então tomos iguais.
Se, por um instante, ousemos submeter a espécie em sua própria nudez, causaremos a estranheza da absoluta simplicidade que as vestes cumprem em esconder, pois os olhos que neste mundo existem não mais são capazes de enxergar. A nós foi criada e difundida a ignorância conveniente a respeito da selvageria que têm a carne e osso, dizendo então que é errado ser humano.
“Não mate, não deseje, não roube, não minta...” e a infinda ordem dos pecados nunca para de crescer. Nós, por outro lado, é que devemos parar de ser.