Mais um ciclo
Crepúsculo, sempre, venha mas não traga o terror das trevas. Em companhia, aconselho, chame para caminhar a briosa e brilhosa Lua. Pois este pobre pedinte tem medo do escuro e suplica amenizar um suposto calafrio noturno que mandou notificações de que estaria açoitando coitados insonolentos que teimam em não dormir ou, apenas, não conseguem numa guerra que só acaba quando o bendito sono lhes pesam a cabeça. Silencioso e hipnótico nocaute.
Aurora, avisa-me quando aprochegares pras bandas de cá. Quero contemplar as maravilhas do nascedouro divino, repetindo-se de formas diferentes todos os dias que Deus nos dá. Ainda, um dos poucos bens que temos direito em meio às mazelas que nós, em herança dos nossos antepassados, temos praticado contra a criação divina.
Mais um ciclo, mais um dia, mais um boa tarde, mais um bom dia. Mais um ano, mais um São João, um Natal... Mais um instante que temos direito de fazermos o que podemos como se cada instante fosse o único.