Quem sou eu - agosto 2009
Não tenho a ambição de ser o melhor dos amigos, mas garanto que apoiarei sem medir esforços em todos os intempéries que surgirem na vida de quem amo. A preocupação, o desejo de ver o outro bem e a força de vontade são características valiosas para a manutenção de uma boa relação de amizade e, sabendo-se disso, utilizo-me de olhos críticos para selecionar minuciosamente o grupo de convivência. Não me preocupo em fazer o papel de companheiro de badernas, tampouco penso em 'aproveitar a vida' através de balburdias impensadas lançando mão do meu caráter como se fosse o último dia na Terra. Estarei vivendo a minha vida, criticando aciduamente o que achar errado e resvalando, no subconsciente, tudo o que se faz de bom e de ruim para ponderar meus julgamentos, muitas vezes silenciosos e severos. Posso me chatear com frequência e muitas vezes não me expressar, por entender que ninguém precisa corresponder aos meus moldes específicos. As decepções de outrora talvez me tornaram uma pessoa mais desarticulada para novas amizades, mas ao perceber boas intenções sempre estou disposto a me portar como um bom amigo e ajudar nos momentos em que muitas vezes as pessoas ficam sozinhas.
Não tenho a ambição de ser o melhor dos filhos, mas sei que a vida familiar exige força, pensamento coletivo e que sacrifícios em certos momentos são necessários. Evitarei reclamar de qualquer situação, sempre optando pelo silêncio quando a indignação surgir nos lábios, assim evitando possíveis atritos. Com um desejo sincero de auxílio e zelo pelos familiares amados, não medirei esforços para deixá-los felizes e lutar pelo seu bem-estar. Fracassarei em manter as coisas organizadas para as visitas e cometerei deslizes quanto à limpeza, mas sempre valorizarei o ambiente do lar e me orgulharei em chamar as pessoas queridas para visitá-lo.
Não tenho a ambição de ser o melhor dos amores, mas sempre utilizarei as palavras mais meticulosamente trabalhadas para não falhar em exagerar meu sentimento ou provocar desilusões. Com um aspecto romântico talvez exagerado, gostarei de expressar o que sinto das formas mais sutis: cartas, telefonemas, presentes... Isso revela uma possível insegurança que pode ser alvo de neuroses desnecessárias. Sempre cuidadoso - talvez em demasia - para tomar qualquer atitude, pois sei que o amor pode desestruturar os alicerces de uma vida saudável se não for regado sabiamente. No entanto, caso convicto da integridade do sentimento, serei corajoso o suficiente para enfrentar os problemas sem jamais omitir os bons sentimentos que eu venha a nutrir. Adotarei uma postura carinhosa e, sobretudo, preocupar-me-ei em satisfazer as expectativas da pessoa amada, bem como agradá-la de todas as formas possíveis, compreendendo suas necessidades e limitações.