Faz-de-conta

...mesmo assim, ainda às vezes sorrio -

finge meu rosto

o que minha alma não sente -

apática, indiferente,

apenas consente

este desvio de conduta,

nem sei se por ser tola

ou se, por ser astuta...

com o cinzel da tristeza

extrai a arte da pedra bruta,

toca um réquiem

ao coração enlutado

enquanto, trêmula e vacilante,

caminha na corda-bamba

com ares de rainha

em seu vestido de cetim

e sapatilhas de bailarina,

brincando de faz-de-conta

desde a aurora até o anoitecer.

Eis minha alma artista que busca

a melhor performance

no teatro do bem-viver.

NINNA SOPHIA
Enviado por NINNA SOPHIA em 14/08/2009
Reeditado em 03/12/2009
Código do texto: T1754505
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