Estrada a ti;
E onde estamos se não exatamente no ponto de partida?
Onde descobrimos caminhos selvagens e infames que levam tão adentro de nós, que mal sabemos a profundidade de nossos demônios e estradas amaldiçoadas.
Onde matamos e morremos muito mais vezes do que podemos proferir palavras gentis e amáveis, estradas que nos levam tão ao âmago de nós mesmos, que podemos por vezes ficar infinitamente inebriados com a escuridão de nossos pensamentos e pecados de nossas almas.
Certamente reconhecemos diante de nós, se não o mal os erros, que são negados e escondidos com tanta determinação que acabamos por esquecê-los sutilmente, pouco a pouco, e enquanto caminhamos por essas estradas de peripécias nos deparamos com cada um de nossos segredos secretamente lacrados em nossas estradas de maldições.
Porém quando retornarmos de nossas viagens ao interior de nossas existências, receio que nada sobrara de nossos segredos, pois estaremos tão infinitamente maiores, que eles nada serão, senão apenas lembranças de um caminho do qual nossas almas estão acostumadas a desviar, e nossos corações serão fortes para expulsar de si os sussurros de um mal encantador e tóxico, capaz de espalhar a falta de esperança e a ingratidão com extrema eficácia e precisão.
Creio então que quando eu retornar da viagem a mim.
Eu serei grande e perfeito, não de uma forma arrogante ou presunçosa, mas sincera e eterna, pois aprenderei finalmente a aceitar e a conviver com cada escolha que pude fazer, seja ela, grande ou pequena.