O AMOR É UMA GUERRA
Não tenho idéia do tempo,
um sentimento que passa.
Um arco-íris chorando a chuva!
Não tenho gotas no bolso,
pois não sou o dono de minhas lágrimas.
Não sei se o inverno vem,
uma estação quente me assola.
Um vento breve rasga o horizonte!
Não tenho lembranças para chorar,
pois não serei eternamente a mesma pessoa.
Não sei se vale a pena
percorrer os labirintos da alma,
andar em trechos escuros do íntimo.
Onde estão a lua e o sol
quando termina a chuva?
Quero e não sei, mando um recado,
espero sentado à porta do silêncio.
Quando a coragem vem,
cavalgando entre nuvens,
faz-me folhear um íntimo desconhecido.
Destila um mar dentro do labirinto,
levando seus soldadinhos de chumbo
a brincar uma guerra
nas planícies inexploradas da alegria.
Não sei, pois ainda não vi,
nem mesmo senti
o cheiro, o odor perfumado.
Não sei se poderei esperar,
mas sei que vale a pena
sempre querer mais e nunca
ter medo dos cantos escuros,
das canções inexploradas.
O amor é uma guerra
onde a esperança corta como espada.
Um tempo, uma música cintilante
fugindo das garras venenosas do inverno.
Não sei, pois não me é lícito saber!
Invento uma desculpa para
desejar o amor.
Quero e não sei, mando um recado,
espero sentado à porta do silêncio.