Angustia e sinceridade

Sinto certa angustia, angustia gerada pelo medo e pela incerteza.

Medo tenho de meu futuro, o qual tanto sonho e que espero impacientemente, as vezes chego a esquecer que tal futuro só será possível caso eu faça algo para tê-lo, algo com real importância, tenho que mudar meu jeito preguiçoso e covarde de ser, minha hora de amadurecimento já está passando e tudo que consigo fazer é me esconder dela. Sempre me julguei capaz de fazer qualquer coisa que quisesse, bastaria apenas minha vontade e meu empenho, nunca escondi esses pensamentos de meus familiares e amigos, sempre quis me mostrar forte e superior além de decidido, agora esse meu medo que só faz aumentar medo de viver e de fazer as escolhas erradas me faz duvidar de tais convicções.

Decidi escrever esse texto para me marcar, para marcar esse meu momento pessoal de escolha, entre meu futuro sonhado e a vergonha de ter me acovardado diante de tal responsabilidade. Quero me superar reinventar novos conceitos pessoais, novos ideais e principalmente novos sonhos, quero dar orgulho a aqueles que realmente se importam comigo e é exatamente nesse ponto que meu medo me domina, e se eu não conseguir?

Minhas incertezas são em sua maioria fúteis relacionadas a casos de uma juventude que acabo de alcançar, duvidas sobre paixões, pois amores sei que poucos me restam. Essa minha ilusória maturidade que me dá certo conforto também me assusta, poderiam estar errados meus conceitos sobre a vida? Será que eu estou me enganando desde que aprendi a fazer minhas próprias escolhas?

Uma duvida minha tem me incomodado muito ultimamente, sempre tive pena de pessoas que se satisfazem com pouco, sobre o pretexto de felicidade, sempre duvidei desse pretexto seria realmente total satisfação com a situação atual ou simplesmente mais uma vez o aparecimento daquela que julgo um de meus piores defeitos, a preguiça. Sim faço essas indagações sobre relações financeiras, o que mais conheço são pessoas que reclamam da falta de dinheiro e de oportunidades, porem não vejo tais pessoas fazerem nada para mudar este fato. Elas podem até procurar novos empregos, mas não as vejo se especializando para os mesmos. Meu medo em relação profissional é exatamente esse, chegar a um ponto e me dar por satisfeito, sempre vi a ganância como um mal necessário.

Posso parecer pretensioso com minhas afirmações, mas essa angustia que vem me incomodando tanto exige minha sinceridade.

Emocionalmente sempre fui fraco, ainda mais quando se tratava de mulheres, mas ultimamente essa vem sendo a parte de minha personalidade que sinto estar mais forte e seguro, sei que me falta aquele grande amor, minha fonte de inspiração, mas isso é algo que vem naturalmente e eu estou esperando pacientemente. Amizades tenho não o suficiente, mas já considero muitos de meus amigos e amigas algo essencial nesse meu conforto emocional. Sobre família nem vou discorrer muito pois nunca tive o que reclamar, sempre estiveram ao meu lado e são a base de tudo que sou, que penso, e que estimo.

Já havia se passado um bom tempo desde que escrevi meu ultimo texto, e como acabo de ler um livro que retrata a vida de um escritor me senti motivado a fazer um relato sobre meu atual estado emocional, que foi fortemente influenciado por esse livro que apesar de não ter me agradado tanto me fez refletir muito sobre minhas futuras aspirações, só a titulo de curiosidade o livro é de Orhan Pamuk e é intitulado “Neve”.

Quero agradecer a todos que tiveram a coragem de ler esse pequeno desabafo de mais um adolescente que diz saber tudo mas que sabe que precisa aprender muitas coisas ainda.

Rimoli
Enviado por Rimoli em 01/08/2009
Reeditado em 02/08/2009
Código do texto: T1731429
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