Milli Vanilli e o Fim do Mundo
Não está claro, para todos, que o mundo de fato está acabando? Ora. As pessoas estão cada dia mais extremas. Os extremos estão cada dia mais obtusos. Quem sabe, hoje, com certeza, quem é bom e quem é mal? Vida real ou filmes. O que é preto e o que é branco, no estroboscópico mundo da ilusão digital? Não se sabe. E essa chuva? Tantos buracos novos nas ruas e nas nossas almas. Animais estão sumindo. Quando os golfinhos se forem, preparem-se!
Mas não é esse o problema. Não fossem todos os sinais (e eles estão aí, poxa, só você que não vê ou não quer ver), ainda me vem o Milli Vanilli estragar tudo.
Ué. Estava eu andando pelo metrô, indo pro trabalho. Passou por mim um negro alto, bonito, bem vestido, rosto de modelo mesmo. Porte de artista. Cabelos longos, trançados. Logo que olhei, pensei "Olha, o Milli Vanilli!". Tá, Milli Vanilli é um grupo, uma dupla, e não um cara só. Mas quem sabe, hoje em dia, quem é Milli e quem é Vanilli? Então tá. Apontei o ser parecido com o Milli ou o Vanilli e segui viagem.
Quando cheguei ao meu destino, havia uma barraquinha de CD pirata. Eles tocam forró, tocam muito Michael Jackson hoje em dia, depois da morte do Rei, tocam MPB... mas não tocam Milli Vanilli. Porém, neste dia, neste fatídico e revelador dia, estava lá aquela canção... "Sending all my love... sending all my love to yoooooooooouuuuuu".
Eu tremi. Havia passado anos sem pensar, sequer lembrar que Milli Vanilli existia. Então, quando achei um sósia na rua, menos de meia hora depois uma barraquinha randômica, em um lugar randômico, estava tocando... Milli Vanilli.
Esta foi, pra mim, a prova final de que o mundo está acabando. Este não é o tipo de coincidência que acontece. Mas aconteceu.
Adeus mundo cruel!