Desordenado

[Este texto é apenas uma bobagem qualquer pra encher linguiça. Não tenho conseguido escrever nada descente faz anos... É que me sinto na obrigação de postar alguma coisa. Prometo que não disperdiço mais espaço.]

Quase duas horas atrás, sentei-me para escrever. Estava cheia de idéias, senti uma boa poesia submergindo, poderia recomeçar o tal livro com a estória surreal que lateja na cabeça. Não consegui.

Passei antes pelo email... A cada dia tenho odiado mais e mais emails... São oito mil mensagens para abrir. Algumas podem ser enviadas para a lixeira: estão a muito tempo ali. Já me perguntei por que passo os olhos por eles e não leio, nem descarto. Provavelmente são os títulos das mensagens. Nada de sedutor, convidativo, que aguce a curiosidade. Então, deixo pra um depois que nunca vem... Há pessoas que nos bombardeam todos os dias com uma avalanche de mensagens que demoraria o dia inteiro para ler... Boa parte é inútil e fútil: perca de tempo mesmo.

Tornou-se um impulso as pessoas receberem e repassarem emails. Provavelmente elas mal lêem...E acredito que algum sentimento as impede que os lance automaticamente no lixo, distribui internet à fora até mentiras, enganos, correntes, talvez para desengarco de consciência por não ter lido.

Penso assim pois já percebi: o que as pessoas realmente deveriam ler e repassar, elas deletam. As tosquices elas repassam...

Um dos emails me chamou a atenção por ser um comentário deixado no blog de adoção.Quando acabei de ler, me perguntei porque tem gente no mundo que não se limita a ficar quieto, e prefere proferir suas asneiras.É... Muitas pessoas falam tolices e acreditam mesmo estar falando algo útil. O boçal conseguiu que se recolhessem para as cavernas, tudo o que a inspiração fluia, tamanha bestialidade.

Pra começar, a pessoa assinou como anônimo. Detesto isso! Quer ter razão no que diz pra mim? Assine com seu nome. Escritores, cantores, atores usam nomes fictícios, heterônimos e às vezes apelidos, pois artistas possuem nomes artísticos.

Se é civil falando pra civil, assine o nome verdadeiro de registro.

As pessoas fogem para a internet, se escondem atrás de imagens e pseudonimos e querem ser levadas à sério? Então, já me stressei ai...

O cidadão comentava um post sobre o assassino de gatos em minha rua... Concordou que exterminar gatos com chumbinho é pura maldade, mas justificou como se fosse o próprio: "mas não sou obrigado a ficar limpando coco de gato na minha garagem e o pior e que ele já arranhou meu carro.Se o dono gostasse mesmo do gato não o deixaria solto."

O que responder pra um ser desses? Pega sua garagem, seu carro e enfia no seu ouvido?

Meu rosto ferveu! Não tenho coleções de diplomas, mas não é isso que aponta inteligência em alguém... Por isso, odeio gente burra!Também odeio gente fútil, superficial, egoísta, falsa, hipócrita, baixo astral, mentirosa, estúpida, vazia... E por ai vai: a lista é grande!

Semana passada, dois filhotes de ex-humanos jogaram um filhote de gato aqui. Jogaram mesmo feito lixo. Fiz meu escandalo, eles correram de medo e recolhi o peludo.

No fim de semana me arrependi. As pessoas jogam os animais fora quando não querem mais, porque eu me importo? Por que tem que ser eu ir lá e recolhe-los?

O pequenino parecia ler meus pensamentos... Sentava aos meus pés e ficava me olhando com aquela carinha de Gato de Botas do Shrek. Aquilo me matava por dentro... Ah, como queria ter coragem de joga-lo de volta na rua! Como queria ser tão hipócrita e fingida como 90% das pessoas a minha volta! Como queria não me importar!

Fui na rua e me abaixei no meio dela... Tentei dividi-la do modo que a enxergo: uma parte joga os animais na rua... A outra parte não se importa e se incomoda com quem se importa.

Eu dei graças à Deus que tenho esse sentimento estranho de que não sou deste mundo. Agradeci por me considerar um bicho, um ser das cavernas, um troço qualquer, menos humana. Não fosse isso, juro: teria vergonha e nojo disso.

E de repente, tudo o que gostaria de escrever se vai... E acabo manifestando meus pensamentos mais secretos... Um misto de amor e odio por esta raça inexcrupulosa que transforma o planeta no próprio inferno, a cada vez que vão perdendo sua humanidade e transformando-se em monstros.

Gente que acredita que a realidade são eles quem criam, mas eu prefiro considerar isso esquizofrenia. Gente que corre do negativismo como o diabo foge da cruz, pois pretendem ser positivas. Quando alguém se aproxima e começa a desabafar os problemas, seus pensamentos são: 'Ai que droga!Como saio dessa!'. Gente que crê que opostos se atraem, mas não conseguem andar dois juntos sendo julgo desigual.

Hoje em dia, dar o ombro é ser contaminado com o vírus do baixo astral!

Gente que entende que preservar e ser obstinado é ser egoísta e prepotente. Gente que entende que se doar é se anular. Gente que entende que se amar é ser egoísta.

Eu falo comigo mesma e peço para que passe naquele momento uma criança,para que meus pensamentos mudem... Então surge um que tenta agredir um menor por causa de um raio de pipa. Ele é tão agressivo que assumo que muitas vezes não se pode ver a diferença de um adulto para uma criança.

Eu peço novamente que alguém apareça e me faça ver luz. Aparece um cão, com a língua pendurada, caminhando feito um cavalo que galopa, zig zagueando pela rua. Eu acho graça, e sei que há muita luz nos animais.

Desisto. Entro e tento driblar os cães que sempre querem me jogar ao chão... Meu filho me abraça de repente, e sinto algo muito bom. Olho em seus olhos e digo:'Amor... Você só tem tamanho! É meu bebezão!'

Ele sorri e concorda. Fico confusa... Ele é bem mais alto que eu, mas seus olhos revelam uma pureza infantil. Então,me lembro de algumas poucas pessoas que conheço...

Pessoas não: Almas! O ser humano está quase entrando em extinção, e logo veremos pelas ruas apenas monstros. O que salvará a existência e fará este mundo valer à pena, serão as Almas que ainda não se perderam e irradiam a Luz!

-=Shimada Coelho=-

São Paulo, 28 de Julho de 2009.

Shimada Coelho A Alma Nua
Enviado por Shimada Coelho A Alma Nua em 29/07/2009
Reeditado em 29/07/2009
Código do texto: T1724800
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