AMIGO

O que fazer quando faltam a saudade, a dor da saudade, o amor, a falta de amor?

O que fazer quando se abrem as janelas e não se veem a janela sinalizadora do encontro possível?

Terão acabado o tempo da música, da prosa entre amigos, do jantar feito às pressas somente pelo prazer do estarem juntos?

O que fazer quando o triângulo deixa de sê-lo quando se falta uma das partes e as partes restantes tornam-se retas paralelas?

Acharão os mais incapazes da amizade sincera que coisa assim não existe?

Então....

O que fazer quando a realidade por esses vividas nada mais fora que um efêmero passar de tempo?

E o tempo desaproveitado em nada acresceu para um limiar de lembrança capaz de produzir um lampejo de "valeu o tempo" compartilhado regado a café como pretexto para muitas risadas.

Então,

Nada mais resta a esses desatentos, incautos e cegos senhores.

Que vivam no seu subterrâneo,

Que saem às Bolsas mendigando as migalhas financeiras,

Que comprem seus carrões turbinados prestes a encontrarem o poste da ignorância,

Que deem seu "bom dia" ao mais elevado na hierarquia e se esquecem daquele que produz para seu sustento na lavoura exigente do cuidado diário. Do camponês que trabalha de sol a sol sem folga ou descanso nos finais de semana.

Esses cegos e surdos senhores não sabem que o valor das grandes coisas estão nas pequenas coisas sem o interesse da compensação.

Então eu lamento por esses senhores.

silvio lima
Enviado por silvio lima em 28/07/2009
Reeditado em 13/09/2009
Código do texto: T1724514
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