Milhões de noites de solidão
Quantos sonhos contidos,
Mortos um à um na caminhada
Queria tudo
E me contentei com migalhas
Eis-me aqui só e com frio
Os dias passaram voando
A juventude ficou no passado.
Os beijos não dados
Os corpos congelaram
Nada é o que me autorizei
E a paixão universalizei
Pela vida, pessoas, cores..
Infeliz?
Não, é pesado demais..
Soliária?
Sim, infinitamente
Corpo pouco tocado e já flácido
Boca sem beijos.
Luxúria, só nos livros
O que me permiti
Trabalho, amores aos pedaços,
De verdadeiro e incndicional
Filhos, pais, irmãos, amigos
E milhões de noites de solidão!