Sobre a Criminalidade nas Escolas Públicas
Os jornais brasileiros expõem, a todo o momento, os crimes cometidos dentro do ambiente escolar. Alunos que batem nos professores, alunos que batem nos seus colegas (ou, até mesmo, cometem o assassinato), alunos traficando e roubando dentro dos edifícios educacionais, pais que discutem com os professores e diretores, dentre outras situações do gênero. Os especialistas estudam esse grave problema há muitos anos, mas não conseguem chegar num consenso sobre os motivos que levam à marginalidade nas escolas.
Existem diversas correntes de pensamento, dentre elas, alguns pensadores apontam que o motivo principal da prática dos crimes nos centros educacionais seja a ausência de orientação promovida pelos pais dos alunos. Por serem, na maioria das vezes, de baixa escolaridade e de baixa condição sócio-econômica, não possuem o discernimento necessário para transmitirem valores importantes para a formação do caráter dos filhos. Outros estudiosos afirmam que é o local onde habitam que provocam essa má conduta. O cenário de pobreza e de violência produz uma postura negativa nas crianças e nos adolescentes que moram nesses lugares, é a aplicação exemplar do antigo preceito de que o meio influencia o homem.
Pessoalmente, julgo que essa criminalidade é oriunda de diversos fatores históricos, econômicos e sociais. É um problema complexo, portanto, não é setorizado. É uma rede de fatores nocivos ao sistema de ensino público, os quais se entrelaçam fortemente, levando, no final das contas, ao quase colapso da educação pública. Por outro lado, admito as vitórias surgidas em alguns pontos do país em relação às melhorias do sistema de ensino público. Algumas cidades esforçam-se para melhorar a qualidade da estrutura física e educacional dos centros escolares. Mas, evidentemente, isso não é o suficiente para sanar esse antigo problema. O enfrentamento dessa questão deve partir das três esferas: a federal, a estadual e a municipal. Uma forte e longa parceria entre os governos, a comunidade e a igreja, presumo que essa seja a maneira mais sensata para resolver definitivamente a criminalidade nas escolas públicas.