Tempo passado
Lembro-me do cheiro das flores,
de tocá-las com delicadeza, de apreciá-las com o olhar infinito.
Olhar esse que sentia,
Sentia a alma e via o amor.
O amor que mal significava e de que tanto precisava.
Precisava sim das pessoas, parte de um todo.
Um todo que minhas mãos pequenas alcançavam,
e agarravam o mundo.
Hoje as flores ainda existem,
Seu perfume, sua delicadeza ainda estão lá.
Mas o meu olhar infinito não mais...
Hoje o amor ganhou seu significado,
Mas perdeu sua necessidade...
Hoje as pessoas - também - existem,
Embora os rostos tenham se transformado, embora tão diferentes.
Mas o meu todo é composto por uma pessoa só...
Hoje minhas mãos são tão maiores,
Mas ainda assim, o mundo que não mais conseguem alcançar ainda parece ser insuficiente para elas.