SUPONHO...

Suponho... Que me queira do teu lado...

Ao te provocar arrepios num abraço.

Imbuído das carícias, um tresloucado...

Invadindo os teus domínios na libido.

Suponho que almeje os meus beijos...

Num desejo lascivo e descontrolado.

Que seja teu homem e um devasso...

Neste êxtase incomum e desmedido.

Suponho um ambiente quão propício...

Num instante mágico do contato ideal.

Que minha língua encontre teu ventre...

E de um jeito ameno deguste teu mel.

Suponho que no enlace dos amantes...

Os dois corpos suados se agigantem.

Que na harmonia do sublime instante...

Calor e furor e, juntos nos encantem.

Suponho que a fragrância seja sentida...

O doce perfume atrevido nos consuma.

Que salientes sejamos alvos da ternura...

E travessa nos guarnece e, na medida.

Suponho que usaremos palavras soltas...

E mergulharemos no idílio e sem tempo.

Não veremos a luz da lua e das estrelas...

Nem sentiremos a coragem do vento.

Suponho que nas carícias e no carinho...

Sejamos reféns desta energia aguerrida.

E de súbito na luz fosca do nosso ninho...

A imagem dos corpos em total desalinho.

Suponho que no enlace real e perfeito...

Fulgurante se fará e terna nossa sina.

Gostoso contato da tua pele na minha...

E deste teu jeito de princesa e felina.

Há a certeza de que sentimento existe...

No mistério do oculto o mesmo nasceu.

Mas, no clímax que nos une e cândido...

Este amor é indivisível entre você e eu!

Pirapora/MG, 17 de julho de 2009.