Da areia
Deus, como é bonito olhar pro fundo
E ver o mundo olhando a gente
E o horizonte é aquela ponte
Em que o poente
Encostou quente, num dourado relicário
E lá os carros piscam, fuscam luzes lisas que se espalham para as brisas até poder não mais brilhar
Daqui da areia, mais parecem vaga-lumes, festejando com seu lume outra noite de luar
Ode à nua, grande rua, espádua tua, que polui e que polua a luz esquálida refletindo
E a maré contorna nos teus pés a lua, e avança e recua e entre as curvas cai sumindo