Esquecer-te

Amaste-me um dia? Vivi a ilusão de que nascemos pra morrer juntos, que minha vida dedicaria inteiramente a ti e nunca haveria um outro alguém em teu lugar. Porém, agora, tu me dizes que não me amas e que encontrastes um outro alguém pra viver aquilo que tanto desejei viver contigo, não bastasse, e agora me pedes que te esqueça, como se pra mim você tivesse sido apenas uma leve paixonite, que é como uma virose - não chega a ser doença, por ser mais branda, porém ainda assim te deixa desconfortável – por acaso achas que as juras de amor que nos fizemos eram mentira? Que os momentos em que, em teus braços, eu dizia que daria meu último suspiro a ti, se me pedisses, eram meros momentos de devaneio que vem, mas passam muito depressa? Será que nunca notastes que quando eu disse que dedicaria minha existência apenas pra te ver feliz, eu falava do mais profundo de minh’alma? Não entendo como agora, pra poder livrar-te do fardo de ter deixado pra trás um coração magoado, pedes-me pra esquecer-te. Tu esquecerias o ar que respira? Os batimentos do seu coração? A tua juventude, as tuas lagrimas, o teu sorriso, a tua alma, o teu amor? Pedes-me que pule de um penhasco sem olhar pra trás, sem dizer adeus, nem me despedir daqueles que me amam, eu o faria – melhor seria que sofrer a solidão e despeito por te ver em braço de outra – mas não me pedes pra esquecer-te, eu nunca poderei fazê-lo.

JNF
Enviado por JNF em 13/07/2009
Código do texto: T1696743
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