A revolta das palavras companheiras
Desconheço minhas verdades e minhas mentiras.
Já não sei o que sou, não me lembro.
Esqueci-me de dormir e de apagar a luz.
Só estou aqui. No momento não penso, não sinto, não vejo.
Perco-me em devaneios vãos.
Palavras soltas e sem sentido pulam da minha mente para uma folha em branco, elas simplesmente se lançam, nem me perguntam se podem ou não!
Revolto-me com tal desrespeito e brigo com estas minhas companheiras, que insistem em refletir quem eu sou.
Findo nossa relação.
Elas retrucam e me chamam a atenção.
Realmente, como poderei ficar sem elas que são minha fonte de expressão?
Assim, já não considero meu orgulho próprio, que elas façam de mim o que bem quiserem. Que me dominem e não me esperem.
Que se lancem e não me considerem, me esqueçam!!
E me façam esquecer de mim.
Então, por fim, me rendo e me entrego
Que minhas companheiras, agora, falem por mim, enquanto eu (mera derrotada) vou seguir o exemplo dos meus iguais e me lançar nos braços da madrugada, mergulhando em um agradável edredon e me abandonando em um infinito particular, dormindo para sempre em uma curta eternidade, me mantendo ausente daqui , onde as palavras é que falam por mim.
Até a hora de acordar.