Pára-brisas

Distorce o mundo infinito nos meus pensamentos sujos

É refração, é excesso de amor, e uma dose de paixão

Distorce a luz branca na palma de minhas mãos Sujas

De areia, estas que eu levo aos meus olhos vermelhos

Distorce tudo que tenho e consegui com o meu dinheiro

Descarga a baixo tudo que não é cor, sério, abaixo sim

Existem por incrível que te pareças, coisas que não são cores

Não são, só as tem. Eu tenho cores, você é transparente e azul (?)

Distorce o mundo finito nos meus pensamentos inexistentes

Na verdade é o que eu queria, poesia que ascende

Os pensamentos mortos, os sentimentos abandonados

Eu amo quando do bolo sobra leite condensado

Poesia que ascende. Para as ações poucos pensamentos

Aos pensamentos pudor, à todos liberdade, aos loucos amor

À Menina do Rio acordes, “...Acordes pra você voltar...”

Ao fim de tarde todo amor bebível, todo meu amor comestível

Belo fim de tarde com o artigo trocado, é tão linda e...

E à ela todo meu amor comestível, de lamber os dedos

De amar entre as refeições, e de sobremesa nossos corações

Ao meu Amor-sempre-grelhado, minha roda deste infinita

Sete cores são sete mil, como as minhas sete mil cores

Como os pensamentos que aqui repito, o teu nome

No meu peito aqui desmaiado, desmaiado no meu peito

Cores mil são as sete minha, as sete cores eu como

Distorce a luz que passa no pára-brisas do carro

De quando viajávamos despedindo-se, tempos e dias após

Luz bate nas gotículas do Kadett, levadas ao vento

Pelo vento forte,...Fecha o vidro que faz frio.

Ela duvida que eu a ame, pela tela eu também duvidaria

Canto o amor que não existe, para a amada que inexistia

Canto o futuro, eu não canto, o dia é frio.