Amorfeto

Somos miríades de miríades, carnais ou espirituais,

Vendidos, escravos, perdidos, tolos, pseudo intelectuais,

Habitantes ou transeuntes, locatários ou proprietários,

Muitos sem convicção do que somos, bastantes, otários.

Se há razão de existir, existimos por amor, imensa dor,

Porque muitos nem mesmo existem, são como beija-flor,

Simplesmente passam, como passa qualquer meteorito,

Suas vidas são como rastros vazios, perdidos no infinito.

Se há motivo de ser, o motivo consiste justamente em viver,

Com dor, drogado, anestesiado, o importante é permanecer,

Vivo pra o amor, minha força motriz, minha energia interior,

Se sou feliz ou não, sou devedor Àquele que é meu criador.

A infelicidade só vêm, e vem amarga, sóbria e indelicada,

Pela "próxima", castigada pelas falsas juras, pobre coitada,

De tanto sofrer, fere suas vítimas, mas não sabe o que fazer,

Joga-as no abismo, envenenadas, mansamente, irão morrer.

Se “guinomai” é gerar, é necessário esta semente matar,

Mate-me, me mate de uma só vez, pois não quero amoriscar

Por quem seja covarde a ponto de o próprio veneno beber,

E matar traiçoeiramente aquele que poderia lhe socorrer.

Se não tenho o gene recessivo, nunca poderei ser dominante,

O amor precisa de quem dê o início, não vive sem um amante,

O anterozóide só tem razão de ser, quando encontra a oosfera,

Assim sem ti, amada, é impossível dar vida a paixão tão bela.

Adolfo
Enviado por Adolfo em 30/06/2009
Reeditado em 04/07/2009
Código do texto: T1675527
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.